Guerra Nuclear - Como sobreviver no Brasil

Guerra Nuclear

QUAIS SÃO AS FASES E COMO SOBREVIVER NO BRASIL

Você sabia, que uma única arma nuclear tem a capacidade de destruir uma cidade inteira, matando a maioria dos habitantes? Em um conflito de larga escala, ocorreriam várias explosões nucleares sobre algumas das principais cidades do mundo.

Este momento, chamado de instante zero, mataria dezenas de milhões de pessoas. As baixas de uma guerra nuclear entre os Estados Unidos e a Rússia, por exemplo, causariam centenas de milhões, só nos primeiros minutos. Mas, provavelmente, você já sabia disso. A novidade, é que alguns estudos recentes revelaram que o pior virá nos dias e meses subsequentes. Mesmo países, que não forem alvo de bombas, serão afetados de uma forma incrivelmente cruel. E o Brasil, como ficaria neste cenário de conflito nuclear? Nós brasileiros temos alguma chance de sobreviver?

É sobre isto que falaremos neste artigo e também no vídeo publicado em nossos canais no Youtube e TikTok. ( @iasegbr )

Eu sei, que este papo de guerra nuclear pode parecer coisa das antigas, neurose de 60 anos atrás. Preocupação do auge da chamada Guerra Fria ou, talvez, algo muito distante para nós brasileiros. Mas, é preciso estar atento aos fatos recentes. Perceba, como eles estão interligados, em uma cadeia de eventos que pode, e vai, sempre, interferir na sua vida. Nos últimos meses acompanhamos o aumento das tensões entre a Rússia e a OTAN, a escalada de conflitos no Oriente Médio. Também estamos assistindo o crescente desconforto entre os Estados Unidos e a China, principalmente, por conta da Ilha de Taiwan. Estes acontecimentos, são apenas a ponta de um iceberg, mergulhado em um mar, escuro e profundo, de interesses comerciais e disputas de poder, que vão muito além da compreensão de boa parte da população mundial. Mas, eles servem para deixar claro que uma guerra nuclear não é mais uma relíquia do passado, é uma possibilidade real e imediata.

BOMBAS NUCLEARES

Acredito, que você já ouviu falar dos efeitos das bombas nucleares, lançadas pelos Estados Unidos, nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Pois é. O único país, que já utilizou armas nucleares, em um contexto de guerra, foram os Estados Unidos. E usou duas vezes. Os dois ataques, devastadores, a Hiroshima e Nagasaki, mataram aproximadamente 110 mil pessoas. E isto, de acordo com uma estimativa, bastante conservadora, elaborada por Cientistas ligados ao próprio governo estadunidense.

Apesar, dos números terríveis de mortes e de toda a devastação causada por essas duas bombas, precisamos lembrar que elas eram relativamente pequenas e primitivas, quando comparadas aos artefatos nucleares atuais. Isto porque, hoje em dia, a maioria das armas nucleares modernas têm entre 7 e 70 vezes esse poder.

Nos dias atuais, se os Estados Unidos, Rússia, França, Coreia do Norte, Reino Unido, Israel, Índia, Paquistão ou a China decidirem fazer uso de seu arsenal nuclear, e eles tem muito mais do que 14 mil ogivas prontas para uso, a morte se alastrará pelo planeta em várias fases. Estas fases variam de acordo com a distância física e temporal de cada uma das detonações nucleares.

Para muitos estudiosos, que acompanharam o sofrimento ao qual sobreviventes de incidentes radioativos foram expostos a opinião é assustadora. Eles acham que, depois de uma guerra nuclear, os sobreviventes invejarão os mortos. Então, vamos conhecer as tais fases e, assim, entender as consequências para a humanidade e para nós brasileiros. Somente dessa forma, saberemos como proceder para reduzir os impactos em nossas vidas.

O QUE É A PRIMEIRA FASE?

A primeira fase atingirá as pessoas e, também, grande parte das demais formas de vida, que estiverem próximas ao ponto de detonação das bombas. Para estas pessoas, em cerca de 10 segundos, a imensa bola de fogo da explosão nuclear atingirá seu tamanho máximo. Grandes quantidades de energia, na forma de calor e radiação, são liberadas. A radiação térmica é tão intensa que quase tudo perto do solo desaparece. A explosão vai, simplesmente, vaporizar as pessoas próximas ao ponto zero no solo. Morte instantânea e indolor. Uma enorme onda de choque atinge velocidades de centenas de quilômetros por hora e começa a se propagar em todas as direções.

O QUE É A SEGUNDA FASE?

A segunda fase, ainda logo depois da explosão, vai atingir pessoas um pouco mais distantes dela. O calor extremo causa queimaduras severas, inflama todos os materiais inflamáveis, gerando ondas de incêndios sobre uma grande área, que acaba por se aglutinar em uma tempestade de fogo gigante. Lesões pulmonares, danos no ouvido e hemorragia interna devastam as pessoas, que, apesar de protegidas das chamas, não estavam bem abrigadas. Outras serão feridas por estilhaços ou até grandes objetos, voando a velocidades imensas. Escombros de casas e edifícios, que entrarão em colapso, esmagarão boa parte das testemunhas, nos grandes centros urbanos. E, muito provavelmente, mesmo as pessoas em abrigos subterrâneos improvisados enfrentarão a morte, devido à falta de oxigênio e envenenamento por monóxido de carbono. Neste perímetro do local da detonação, toda a infraestrutura baseada em equipamentos eletrônicos será desativada, pois o pulso eletromagnético, causado pela detonação nuclear, queima a maioria dos dispositivos.

Mas, calma lá, nem tudo está perdido! Ainda nesta segunda fase, desde que você esteja um pouco mais distante das áreas que serão totalmente destruídas, algumas atitudes podem aumentar as suas chances e de sua família de sobreviver. Se você está em uma grande cidade, saiba o seguinte:

SE VOCÊ ESTÁ EM UM GRANDE CENTRO URBANO:
Edifícios modernos têm muito vidro, eles não o protegerão se estiver dentro. Eles são um risco, tanto para quem está dentro como na rua, pois seus estilhaços voarão como milhões de pequenas facas, sendo lançadas mais rapidamente do que a velocidade do som. Então, mantenha distância, eles são perigosos. Se você mora em um destes prédios, vá, imediatamente, para o centro da estrutura, como as escadas de incêndio. Se for possível, conheça desde já, o subsolo de seu prédio. Veja se ele possui uma casa de máquinas abaixo do solo e saiba como acessá-la. Garagens subterrâneas, também, podem salvar vidas neste momento.

Não siga o clichê de filmes, nos quais, as famílias diante do perigo, entram em seus carros para fugir dos grandes centros urbanos. No caso de uma explosão nuclear, isto é uma furada. De acordo com Centro de Controle e Prevenção de Doenças e o Departamento de Defesa Norte Americano, os carros são uma verdadeira armadilha, pois apesar da ilusão de segurança, eles não fornecem proteção contra as ondas de choque e, muito menos, contra os materiais radioativos, que, como veremos a seguir, cairão do céu. Também haverá o caos generalizado nas ruas e, é claro, no trânsito. As coisas ficarão mais confusas do que o trânsito de Mumbai, em apenas alguns minutos. Então, caso você esteja em um carro, durante esta segunda fase, o melhor a fazer é parar em segurança e buscar abrigo debaixo do solo. Lembre-se dos bueiros, galerias de manutenção subterrâneas, espalhadas pelas ruas, ou das estações de metrô. Evite, é claro, as galerias usadas para tubulação de gás. Porque elas, muito provavelmente, irão pelos ares, e o infeliz que estiver dentro irá derreter.

SE VOCÊ ESTÁ NA ZONA RURAL:
As notícias são melhores, para as pessoas que moram no interior, principalmente para aquelas que investiram na construção de um abrigo, refúgio ou também conhecido como bunker. Considerando a segunda fase, você, caso seja morador do campo, verá um flash luminoso intenso, em seguida uma bola de fogo laranja crescerá no horizonte até dar forma a um cogumelo, como se fosse uma coluna de fumaça preta, com alguns tons roxos, que rapidamente ganhará altitude. Não perca tempo, apreciando a vista, corra para o abrigo subterrâneo, levando seus familiares. Se não tiver um abrigo, vá para o porão, busque abrigo. Evite ficar exposto a atmosfera e perto de material inflamável.

Em todos os casos, segundo orienta o site Ready.gov do governo dos Estados Unidos, as pessoas devem se esconder atrás de qualquer coisa que possa oferecer proteção, deitar de bruços e evitar tocar nos olhos, nariz e boca, se possível.

Supondo, que você deu sorte ou seguiu as orientações descritas acima, então sobreviveu à fase dois. Parabéns! Bem-vindo à fase 3.

A TERCEIRA FASE

A terceira fase é marcada pela presença de um assassino invisível. Agora, passada a onda de choque da explosão nuclear, você terá cerca de 10 minutos, para encontrar um abrigo decente, ou se já está em um, fazer os ajustes operacionais necessários para permanecer no local por, pelo menos, uma semana. Você vai precisar de água, comida enlatada, remédios e alguma forma de monitoramento externo. Mas sobre isso, falaremos mais tarde. O importante é entender que nesta fase, basicamente, quanto mais tempo você ficar abrigado, melhor será.

Na terceira fase, o assassino invisível é a radiação. A regra é que, radioatividade cai em função do tempo e pessoas expostas a quantidades fortes de radiação podem morrer instantaneamente, outras ficam doentes e acabam sofrendo uma morte lenta. Mas aí, você pode perguntar: de onde vem esta radiação, se estou longe, a quilômetros de distância do local onde a bomba explodiu?

A explicação, para a radiação atingir, até mesmo, quem está longe dos locais de detonação, é que durante a formação daquela bola de fogo da explosão nuclear, são arremessados para a atmosfera materiais radioativos a mais de 160 quilômetros por hora. Estes produtos, oriundos da fissão nuclear, se misturam com a sujeira e os detritos, que também são ejetados para a atmosfera, durante a formação da tal bola de fogo. Assim, grudados na areia, sujeira, cimento, metal e qualquer outra coisa existente na área da explosão, os produtos da fissão nuclear podem ser jogados a mais de oito quilômetros de altitude. Os pedaços maiores, caem de volta por ação da gravidade, instantes depois. Enquanto, as partículas mais leves podem ser transportadas pelo vento para áreas muito, muito distantes. Até que, por fim, caiam junto da chuva, contaminando o solo, agricultura, vegetação, pasto, animais e mananciais de água potável.

De acordo com Brooke Buddemeier, uma física de saúde e especialista em radiação, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, em entrevista a Military.com a melhor chance de sobrevivência, após um desastre nuclear, é entrar em algum tipo de “estrutura robusta” o mais rápido possível e ficar lá, por um período mínimo de setenta e duas horas, consumindo apenas alimentos que não ficaram expostos ao mundo exterior. Isto, é o que os especialistas e militares chamam de: Você, vai, fica e sintoniza”.

A razão, para esperar, é porque os níveis gama e de outras radiações caem, exponencialmente, após uma explosão nuclear. Com o passar do tempo, os radioisótopos “quentes” decaem, em átomos mais estáveis, e passam a representar menos perigo para nossa saúde. Isto faz diminuir, lentamente, a perigosa zona de precipitação radioativa.

E, o que é, este tal sintonizar? Lembra, quando falamos da importância de mantermos no abrigo alguma forma de monitoramento do meio exterior? Era sobre isto que estávamos falando. Vale tentar usar quaisquer ferramentas de comunicação que você possua, como por exemplo, um rádio comunicador pequeno, também chamado de walk talk , ou, ainda, um rádio AM/FM, do tipo que se leva para estádios de futebol. A utilidade do rádio é sintonizar, nos dias seguintes ao evento catastrófico, as frequências ou canais de emergência, que transmitirão importantes instruções, rastreando a nuvem de precipitação radioativa e identificando onde estão os corredores seguros, para escapar das áreas mais atingidas.

Seguindo estas diretrizes, nas horas seguintes a uma explosão nuclear, centenas de milhares de vidas podem ser salvas. Pelo menos, até a próxima fase, a fase final, a que virá após você sair do abrigo com sua família, uma semana depois do inferno de explosões e correria. E esta, é a parte que mais interessa a nós brasileiros. Isto porque, muitos analistas em defesa e estratégia militar afirmam que, o Brasil, por não representar uma ameaça imediata a nenhuma das potências nucleares, não seria um alvo compensador. Para alguns dos países, com menor quantidade de mísseis nucleares em condição de prontidão, atacar o Brasil com ogivas nucleares representará até mesmo um desperdício de recursos, principalmente, considerando a urgência de um conflito que visa assegurar a aniquilação mútua.

Então, você sobreviveu até aqui. E como diz o ditado popular: “você é brasileiro e, por isso, não desiste nunca!”. Bem-vindo à quarta e última fase.

O QUE É A QUARTA FASE?

Quarta fase, a do resto de nossas vidas, em um mundo novo. Diferentemente dos momentos de pânico, fogo e confusão, na fase 4 haverá desolação e fome. Nesta fase, aproximadamente, 5 bilhões de pessoas morrerão devido à fome e doenças. Isto é o que afirmam os cientistas da Universidade de Rutger, nos Estados Unidos, ao mapear, em 2022, as consequências de cenários causados por um conflito nuclear moderno.

Considerando, que o nosso território não recebeu nenhum impacto de bombas nucleares, ainda assim sofreríamos as graves consequências da fome, junto aos demais sobreviventes do planeta. A produção de alimentos seria prejudicada, pela imensa quantidade de fuligem, lançada para a atmosfera durante a detonação das armas nucleares. Um rigoroso inverno nuclear, se prolongaria o suficiente para provocar uma queda de 90% na produção de alimentos, com duração entre três e quatro anos. As chuvas ácidas e, até mesmo, com níveis altos de radiação contaminarão o solo, plantações e fontes de água. Por sorte, não com a mesma intensidade avassaladora das áreas e continentes bombardeados, mas, ainda assim, com potencial de trazer prejuízos, de médio e longo prazo.

E O QUE FAZER?

E o que nós podemos fazer, com todas estas informações? Acredito, que possamos fazer os preparativos, mínimos, para enfrentar, com dignidade, a chegada de momentos difíceis. Sejam eles os ocasionados por um conflito nuclear, uma guerra civil, enchentes, como as que atingiram o Rio Grande do Sul, epidemias, furacões ou tsunamis. Sendo assim, vale a máxima de que, seu abrigo e mochila de emergência podem passar mil anos sem ser empregados, mas não podem ficar um minuto, sequer, sem estar preparados. Não se trata de paranoia ou acreditar em teoria da conspiração. Se trata de contingenciar, estar preparado para possíveis cenários, que fujam ao estado de normalidade, no qual estamos acostumados a viver.

Pense, sobre isso.

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Veja o vídeo

Conflito Nuclear - Sobreviva no Brasil

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